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Integração dos sistemas de saúde pública e privada: rumo à sustentabilidade

Escrito por Ana Mariano

agosto 20, 2024

A integração entre os sistemas de saúde é essencial para aprimorar a qualidade do atendimento e reduzir despesas, alcançando assim a tão almejada sustentabilidade do setor de saúde.

Para que essa integração avance, é necessário unir dados de diferentes sistemas que atuam tanto na saúde pública quanto na privada. Isso beneficiará não só médicos, seguradoras e instituições de saúde, mas também os pacientes, que terão o direito de acessar suas informações. Esse acesso pode promover a saúde e resultar em melhores desfechos a longo prazo.

 

Integração dos Sistemas de Saúde: Um Passo Crucial para a Sustentabilidade

A integração entre os sistemas de saúde é fundamental para melhorar a assistência e reduzir custos, atingindo assim a desejada sustentabilidade do setor de saúde.

Para que essa integração avance, é preciso consolidar dados de variados sistemas de saúde pública e privada. Isso trará benefícios não apenas para médicos, operadoras e instituições, mas também para os pacientes, garantindo seu acesso às informações e possibilitando a promoção da saúde e melhores resultados futuros.

 

Tecnologias, Normas de Integração e Segurança Cibernética

Maria Letícia Machado, gerente de Políticas Públicas do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), destaca a importância da integração de dados entre os diversos serviços de saúde, sejam públicos ou privados, em diferentes aspectos.

“No nível individual, essa integração permite um atendimento completo, garantindo que os profissionais de saúde tenham acesso a históricos, resultados de exames e informações sobre tratamentos anteriores, independentemente da origem do atendimento. Isso pode levar a um serviço mais ágil, preciso e personalizado, além de melhorar a coordenação do cuidado, crucial para a gestão de filas de espera na saúde”, explica.

Em termos populacionais, a qualidade dos dados e informações influencia diretamente a gestão da saúde, facilitando a criação de políticas públicas baseadas em evidências.

“Isso pode fomentar a prevenção de doenças e a gestão eficiente de condições crônicas, reduzindo custos a longo prazo. Além disso, sistemas integrados têm mais capacidade para enfrentar crises sanitárias, como evidenciado pela pandemia de Covid-19.”

Os benefícios da integração vão além, oferecendo ganhos operacionais e financeiros e contribuindo para a sustentabilidade do sistema de saúde. A eliminação de duplicidades, como exames e consultas desnecessários, pode reduzir os gastos com serviços repetidos.

“Além disso, a integração pode melhorar a alocação de profissionais, insumos e equipamentos, resultando em uma utilização mais eficiente dos recursos. No entanto, faltam estudos robustos que comprovem o impacto da integração e da interoperabilidade nos ganhos financeiros do sistema de saúde no curto, médio e longo prazo”, observa Maria Letícia.

Desafios para o Avanço da Integração

Na jornada para a integração, o Brasil, segundo Paula Xavier dos Santos, coordenadora-geral de Inovação e Informática em Saúde do DataSUS e da Secretaria de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, se destaca internacionalmente, mas ainda tem muito a avançar.

Especialistas apontam diversos desafios para a integração de dados, como questões de governança, que envolvem a definição clara de papéis e responsabilidades dos envolvidos; questões técnicas, que se referem à criação de padrões de sintaxe e semântica para atender às necessidades do sistema de saúde; e questões legais e éticas, ligadas à privacidade e segurança dos dados dos pacientes.

A resistência à mudança também é um obstáculo significativo.

“A integração exige uma mudança na gestão e compartilhamento de dados, o que pode ser desafiador devido a resistências culturais e organizacionais”, avalia Sabrina Dalbosco, gerente de Projetos Digitais da Diretoria de Compromisso Social do Hospital Sírio-Libanês.

Nesse contexto, Paula ressalta a importância de uma equipe técnica qualificada para lidar com padrões de integração e a necessidade de conscientização dos profissionais de saúde sobre a importância da qualidade da informação.

“Um dos maiores desafios é desenvolver uma visão integrada e holística da interoperabilidade para avançar com uma única diretriz.”

“Portanto, a implementação eficaz da integração depende de uma governança e gestão apropriadas das mudanças, incluindo treinamento para profissionais de saúde e tecnologia, além da promoção de uma cultura que valorize a troca de informações e a colaboração entre organizações”, conclui Paula.

Caminhos para a Evolução da Integração

O IEPS publicou em 2023 o documento “Panorama nº 4 – Governança e Integração de Dados na Saúde”, que apresenta recomendações para aprimorar a governança e a integração de dados de saúde no país.

“A criação de uma Política de Governança de Dados de Saúde é essencial para estabelecer prioridades na implementação de protocolos de integração, definir uma autoridade nacional para regular a troca de dados e coordenar o relacionamento entre os diferentes envolvidos”, destaca Maria Letícia.

Entre as principais iniciativas, o documento menciona a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) e o Programa Conecte SUS como esforços para integrar e interoperar dados dos sistemas de saúde.

“No entanto, ainda há poucos exemplos de uma integração completa entre os diferentes provedores de serviços de saúde ao longo da jornada do cuidado.”

Paula enfatiza a importância da integração entre sistemas de saúde, como prontuários eletrônicos na atenção primária e sistemas de média e alta complexidade.

“A RNDS, uma plataforma de interoperabilidade, está preparada para receber dados da rede privada com total segurança e privacidade”, afirma.

A RNDS já possui mais de 1,5 bilhão de dados provenientes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Paula ressalta a colaboração entre a ANS e o Ministério da Saúde na integração de dados gerados pela iniciativa privada na RNDS.

 

Parcerias Público-Privadas em Evolução

O Proadi-SUS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde) foca na implementação da Estratégia de Saúde Digital para o Brasil para 2028 (ESD28). Entre os projetos atuais estão o IPS (Sumário Internacional do Paciente), do Hospital Sírio-Libanês; o DIAna na APS (continuidade do DIAna – Data Initiative for Analytics), do Hospital Israelita Albert Einstein; e o FASES (Fortalecimento das Ações Estratégicas em Saúde Digital no SUS), extensão do DigiSUS, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

O IPS, lançado este ano, visa apoiar a Estratégia de Saúde Digital por meio do desenvolvimento de um sumário com dados de pacientes do SUS, promovendo a interoperabilidade na RNDS e a continuidade dos cuidados no SUS. Qualquer cidadão poderá registrar informações pessoais, como medicações, alergias, condições clínicas e imunizações, que serão acessíveis tanto no Brasil quanto no exterior.

“O projeto busca garantir acesso digital simplificado a dados clinicamente relevantes para todos os usuários, através da interoperabilidade”, explica Sabrina. Para 2024, a meta é integrar o IPS ao Ministério da Saúde, permitindo acesso ao sumário clínico pelo aplicativo MEU SUS DIGITAL.

Sabrina acredita que, para o paciente, o projeto permitirá maior autonomia, pois muitas informações clínicas não estão facilmente disponíveis atualmente.

“O IPS permitirá que o paciente se torne protagonista do seu cuidado, reduzindo custos e desperdícios, e resultando em melhores desfechos clínicos.”

Além do IPS, o Hospital Sírio-Libanês colabora com outras iniciativas do Proadi-SUS, formando mais de 200 profissionais em Informática em Saúde. O Projeto DIAna, iniciado em 2021, ajudou o DataSUS a desenvolver modelos de interoperabilidade para diversos processos de saúde.

Agora, o DIAna na APS foca na Atenção Primária, estabelecendo padrões unificados para acesso a linhas de cuidado e desenvolvendo ferramentas de inteligência artificial para gestão de consultas, rastreabilidade e triagem.

O projeto FASES, apoiado pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz, dá continuidade ao DigiSUS, focando na evolução das Plataformas do SUS Digital e da RNDS, e no desenvolvimento de planos de transformação em Saúde Digital com estados e municípios.

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